
Sou uma boneca a cair do céu,
e ainda há tempo para perguntar-me quem irá me apoiar antes de chegar ao chão...
O vento forte puxa meus cabelos negros e embaraçados com força para trás e me vejo no topo do mundo...
Há uma montanha de gelo derretendo ao longe, gelo que eu criei dentro de minha mente perturbada; mas como cair ali se existem laminas cortantes e enferrujadas no meio daquele gelo fofo...?
Mais a frente folhas secas e roxas caem das árvores de outono, e eu me pergunto:
se eu cair ali elas amortecerão a minha queda...?
Uma chuva espessa começa a cair eu eu continuo me afogando, caindo lentamente pelo céu escuro de tempestade...num lago qualquer eu posso ver meu olhar de vidro, mas eu não sei nadar e preciso escolher outro lugar apara aliviar a minha descida...
Boneca de pano rasgado?esta sou eu?remendaram-me com desculpas esfarrapadas e agora eu sofro a minha descida...puseram um motor enferrujado no lugar do coração...
Estou próxima do chão, e agora lembro -me: Sou de vidro!...
Estou em pedaços, pequenos cacos...e não há cola ou justificativa que façam com que eu volte ao normal...
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